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Como falar de coisas que não existem pode parecer, à primeira vista, um tema abstrato. Mas talvez valha a pena pensar no título da 31a Bienal de São Paulo como um dilema contemporâneo: como viver em um mundo em transformação permanente, onde as velhas formas – de trabalho, de comportamento, de arte – já não cabem e as novas formas ainda não estão claramente delineadas?

Ao escolher este projeto curatorial, a Bienal abre espaço para um olhar renovado sobre seu prédio e sua história, numa proposta que deixa um pouco de lado a herança modernista em prol de novas abordagens e considerações. O livro que aqui se tem em mãos é só mais uma prova do trabalho vigoroso realizado entre a curadoria e as equipes permanentes da Fundação.

Atuando em uma das maiores metrópoles do mundo, somos responsáveis por um evento que atrai mais de 500 mil pessoas e segue cada vez mais comprometido com o meio cultural e social ao seu redor. Há cinco anos, o Educativo desenvolve um trabalho ímpar de formação de professores – que, ao fim de 2014, terá atingido 25 mil educadores – e de ativação de novos públicos – com envolvimento de comunidades e instituições parceiras em todo o Brasil. Ao mesmo tempo, um programa de itinerância da Bienal por diferentes cidades brasileiras tem levado as últimas edições da mostra a um público cada vez mais amplo e, neste ano, tem o potencial de dobrar o número de espectadores, fazendo com que a 31ª alcance 1 milhão pessoas.

Para além do espectro da formação e da difusão, atuamos ainda, e com cada vez mais ênfase, na esfera da pesquisa. Desde 2013, uma série de recursos vem sendo aplicada para revitalizar o Arquivo Bienal, consolidando-o como centro de referência e memória em arte moderna e contemporânea. Os frutos desse processo começam a aparecer e deverão fazer-se cada vez mais visíveis nos próximos anos.

Pois, ultrapassando as exposições que realiza, a Fundação Bienal é hoje uma instituição dedicada à produção de conteúdo, à profissionalização de suas equipes e à implantação de um modelo consistente de gestão. Suas ações, no entanto, só se fazem plenamente possíveis graças ao suporte decisivo do Ministério da Cultura, da Secretaria de Estado da Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura, do correalizador Itaú, dos patrocinadores e da valiosa parceria cultural do Sesc São Paulo. É essa rede de apoio que nos permite tecer cada vez melhor a costura entre arte, vanguarda e formação para merecer e resguardar nosso lugar de prestígio no cenário nacional e internacional.

Luis Terepins
Presidente da Fundação Bienal

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