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Para a 31ª Bienal, o Pavilhão Ciccillo Matarazzo foi dividido em áreas arquitetônicas distintas: Parque, Rampa e Colunas. Essas partes separam e conectam o todo, a fim de promover uma experiência total da 31a Bienal para seus visitantes.

O processo arquitetônico teve origem em dois pressupostos. O primeiro, de que o edifício precisava ser pensado para fornecer uma base coerente para a exposição. O segundo, de que a Bienal deveria dispor de um local generoso e flexível para acomodar os projetos artísticos em andamento. Os dois objetivos resultaram na criação de três camadas arquitetônicas básicas contrastantes.

Uma vez que o desenvolvimento curatorial, artístico e arquitetônico ocorreu por meio de atividades convergentes, a ausência inicial de objetos de arte estimulou uma série de pesquisas que exploravam a história arquitetônica da Bienal de São Paulo e a relação do edifício com o parque e com a cidade. Ao mesmo tempo, foi feita uma análise detalhada das dimensões, profundidades, circulação, orientação e condições de luz e sombra dentro do edifício projetado por Oscar Niemeyer. Utilizando esses estudos, os espaços internos foram divididos por uma “válvula” central em torno das escadas rolantes, que corta o edifício no plano vertical e cria ambientes discretos de galeria em seu interior. Essa válvula serve também para regular as recém-construídas divisões e demarcar seus limites. 

No andar térreo, a área Parque aproveita a transparência existente e a localização entre o parque e a exposição de arte, a fim de configurar um espaço para a interação social. Suas muitas entradas foram mantidas abertas como um convite ao envolvimento com a Bienal antes de adentrar a exposição. A plataforma de madeira que ocupa grande parte do térreo destina-se a hospedar comunidades espontâneas e organizadas, engajadas em vários encontros, diálogos, palestras ou performances. Em outros locais do Parque, há espaço para oficinas e outras atividades educacionais, enquanto “poças” atapetadas podem ser usadas como pontos informais de encontro e discussão. O desenho da área também se destina a acolher e proporcionar uma entrada confortável para cerca de 250 mil estudantes.

No lado noroeste da área Parque, os três pisos da área Rampa cristalizaram-se em torno do impressionante vão e da rampa concêntrica. Evocando uma casa de ópera do século 18, poderá ser o palco para um evento vertical singular, com encontros que estão em constante diálogo e ecoam de um trabalho para outro. A exposição nessa área foi concebida com base na ideia de simultaneidade em mente - por meio de som e imagem, os três pisos são vivenciados ao mesmo tempo. Subir a rampa é um processo de desenvolver a atenção a trabalhos artísticos que estão vagamente presentes na consciência desde o início.  Por isso, o ponto de vista que o visitante ocupa é o (sempre mutável) centro de percepção.

Por fim, estendendo-se por mais de 120 metros no extremo sudoeste do segundo andar está a área Colunas, um espaço de grande profundidade em que se ergue uma grade de colunas. Sua proposta confronta o visitante com uma experiência diferente de envolvimento. Ao passar da face exposta da fachada do edifício para o interior escuro do ambiente fechado, o visitante se depara com 29 células e nichos individuais. Cada um deles convida a descobrir trabalhos que às vezes conduzem a mais salas e a novas descobertas. Trata-se também de uma jornada entre luz e sombra – naturais e projetadas – em que cada pessoa tende a encontrar um caminho próprio e, consequentemente, uma experiência singular.

| todas as imagens: ©Studio Oren Sagiv

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