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11.09.2014

2014
Vivian Suter

O trabalho de Vivian Suter está estreitamente ligado ao lugar onde ela vive e trabalha, depois que deixou a Suíça em 1982: Panajachel, Guatemala. Seu ateliê, no lago Atitlán, era originalmente uma fazenda cafeeira, agora coberta de abacateiros e mangueiras outrora introduzidos para proteger os arbustos de café. Do piso superior do ateliê, a artista tem vista para uma paisagem subtropical de lagos e vulcões, enquanto, no inferior, a paisagem de densa vegetação faz sua experiência voltar-se para dentro. É nesse ambiente, com sua expressiva fertilidade, que ela cria suas pinturas. No entanto, as imagens que ela produz são ilustrações menos realistas da terra do que contemplações, em parte abstratas, de uma relação quase mística entre os elementos humanos e naturais que estão ali em constante interação. Muitas vezes, Suter deixa seus trabalhos ao relento, onde eles são transformados pelo sol, pelo vento, pela chuva etc. Após os furacões Stan (2005) e Agatha (2010), que devastaram a Guatemala, o ateliê ficou inundado, e as telas marcadas pela altura a que chegou a água e a lama. A presença dessas marcas nas obras as torna uma espécie de diários de sua própria feitura.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Esse registro do processo também molda a maneira como os trabalhos são exibidos em público, geralmente sem os chassis ou pendurados em prateleiras de madeira como roupa lavada secando ao ar livre. A aceitação das forças da natureza – não raro destrutivas – como parte da vida cotidiana reflete uma abordagem filosófica que busca conviver com o que acontece em vez de determinar o que deve ser. Nesse sentido, o equilíbrio que Suter alcança em suas pinturas está muito distante da velha ideia moderna de arte como caminho para moldar a natureza e a sociedade.

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