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Na terra dos gigantes e outros trabalhos
16.09.2014

2009-2013
Jo Baer

 

As seis pinturas apresentadas por Jo Baer na 31ª Bienal partem de um local específico na Irlanda, onde ela viveu no início dos anos 1970. Próximo a sua casa, havia uma pedra misteriosa com um furo atravessando seu centro. Era conhecida como Hurlstone, ou “pedra de arremesso”, pois os habitantes locais diziam ter sido arremessada ali por um gigante. Esse mito de fundação leva a artista a coletar e liberar em suas telas as energias crepusculares ocultas em todo tipo de objetos e símbolos, extraídos de tempos e lugares diferentes. As imagens são amontoadas, incluindo autorretratos, estátuas gregas, animais e estruturas religiosas antigas. Em uma pintura, elas criam um buraco pictórico no tempo, no qual velhos conflitos são reconciliados ou pelo menos postos em suspensão. Símbolos cristãos e pagãos reúnem forças em outras pinturas com crânios ou esculturas e entalhes neolíticos, em composições que desconcertam o olhar. Baer se refere a elas como se ocupassem uma zona liminar, pairando entre mundos e ideias contrastantes.

Nas imagens, é frequente haver um vazio que dá espaço ao olhar. Talvez isso seja uma referência à própria biografia da artista. Baer nasceu nos EUA e foi uma das poucas artistas mulheres a serem reconhecidas no âmbito do movimento da arte minimalista. Nos anos 1970, suas telas eram geralmente campos brancos reflexivos com linhas ou blocos de cor nas margens. Em dado momento, ela entendeu que o minimalismo era um beco sem saída e voltou-se para o que chamou de “figuração radical”. Nesses trabalhos recentes, parece haver um acerto de contas com todos os aspectos de sua obra e de sua vida errante – ela se mudou de Nova York para a Irlanda e há trinta anos mora em Amsterdã. Lá, ela pinta imagens aparentemente atemporais que reconhecem vários legados, embora criem desafiadoramente seu próprio mundo a partir de muitos objetos que, à primeira vista, não existem. – CE

 

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